sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Sobre o tratado da fúria e da lentidão - parte I

O autor deste blog é um escritor. Como tal tem suas teorias próprias do que é ser escritor. Vejamos: uma pessoa se torna escritor aos poucos. Ninguém nasce escritor. Quando digo escritor refiro-me tanto aos que fazem poemas, como aos que fazem textos em prosa. E, ao se fazer escritor, aos poucos, uma "visão de mundo" vai se estabelecendo ao redor e dentro daquele que emite sua opinião por meio da palavra escrita. A partir deste momento teoria e prática se juntam, ao mesmo tempo que também não a mesmas coisa. O que o olho vê vai refletir no texto; o que o texto reflete nem sempre o olho vê. Além disso, há os outros sentidos do corpo que entram em ação. Estes sentidos reagem de diferentes formas, dependendo da época, das tecnologias, dos extra-sensorias próprios de cada momento da história. Um exemplo disso é nossa era atual. Vivemos a chamada era da informação, em que há muito estímulo visual. Desta forma, nosso olhos podem muito bem ser comparados com uma câmera. Já nossa imaginação, algo muito abstrato, pode ser a ilha de edição, escolhendo como queremos ver a verdade de uma determinada situação, de uma ação que está ocorrendo neste momento ou que já ocorreu mas não esquecemos por algum motivo forte. A história de vida de cada pessoa é que ajudará a selecionar em recortes, por parte da memória, os fatos, tranformando-os, assim, em fotos. Essas fotos, quando coladas, formam a película da vida, está tão fina e delicada vida que se posta em rotação (e realmente sempre está) faz-se filme, como qualquer outro que assistimos num cinema e cuja história sabemos que não é real. Repito o que já disse anteriormente: O que o olho vê vai refletir no texto; o que o texto reflete nem sempre o olho vê. O cinema é um olho mágico, uma lanaterna mágica que, antes de ir para as telas é um texto escrito. Só depois de ser construída a palavra no papel, temos a imagem. Assim, comparo o cinema a uma folha de papel em branco pronta para ser usada para que se possa, então, partir para a imagem da vida real.
O esquema fica assim:

Texto escrito antecede cinema
Cinema antecede vida

Ou

Texto está para cinema
como
Cinema está para vida

Mas onde quero chegar com toda essa divagação? Tudo isso não passa de uma teoria minha, válida só para mim, algo que tomo para meus poemas e meus textos em geral. Chamo a essa teoria de Teoria da fúria e da lentidão.
No próximo post explicarei porquê "fúria" e porquê "lentidão". Explicarei a razão destas imagens serem tão fortes em minha poesia que estão publicadas em livros e também podem ser encontradas no blog A Lanterna Mágica. Por enquanto é tudo e nada mais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...