Ressuscita a voz do homem na canção
ressuscita o gozo de ver a saudade
transformar-se em mãos dadas e firmes.
Ressuscita o trabalho e o sol na varanda
ressuscita todas as tuas certezas e lendas
num ter na vida a morte que se recicla –
e todos os objetos destruídos e guardados
na andança da gente em círculos de borda
em borda, num diâmetro que se descobre.
Ressuscita para saber que tudo se retira
sem ter tempo e tanger espaço adequados
porque na há ninguém que encontre o centro.
Ressuscita para se perder de vez nas horas
ressuscita, porque tens que ir embora
na esperança de seu ânimo inominável.
Ressuscita porque meu coração se esvai
e eu preciso da vida que há na vida alheia
e para saber que eu também não tenho certezas.
Ressuscita, enfim, que a vida é assim mesmo e
o amor é só um pouco do que podemos ter,
grão de nossas biografias perto da eternidade.
domingo, 26 de agosto de 2007
O círculo do séculos
Autor: Isaias Zuza Junior às 8/26/2007
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