segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Saudade em óleo sobre tela




Um pouco de lua já faz grande o tempo
até que venham as luzes passando prisma.
Eu espero. Mas eu me canso da vaga das horas
com pessoas sob minha janela, carros marcando
pistas de pedestres, pontuando meus olhos
para que eu nunca me esqueça: estou aos longes.

Num pouco de sol, colorindo uma folha
estou entre histórias, canções, desenhos
e promessas, vitórias, e todos entre mim...

Tudo, na perspectiva de quem espera cantar os pássaros,
parece dissonância, separação, e saudade
porque, aqui, de minha vista no alto dos ladrilhos,
em um quadro natural de cimento e ferro,
com uns vidros de fechar o ar, eu sou relevo
sobre a festa, para lá da janela, para lá
debaixo das marcas que separam o mundo e eu.
.
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