Virei uma noite ao som de vozes e de cantos peregrinos
para entender que a uma falta tenho motivos de presença
tanto que me invade tua imagem , pois espero chegar só e
calmo, depois de cansar você eu de pensar tanto e dormir.
Eu que não morri de dores e não morri de fogo, caminhei
nas águas que trazem às praias os corpos de gente afogada
e escutei as estrelas, e escutei o deserto e a saudade alheia,
a saudade dos homens de tudo o que os fazem fabulosos...
A viagem dos que vivem é um passo dos olhos, outro passo
no tempo que vai longe, fazendo mover o corpo ao que se
vai sem rumo, num querer esquecer a morte que os espera.
Quando a batida do coração se esvai, e cai a noite, e as asas
dum anjo batem, já não mais é pulsar de leveza e vida, caem
os vivos na terra dos transeuntes, enterrados em valas comuns.
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Dissertação de um anjo maldito
Autor: Isaias Zuza Junior às 11/15/2007
Marcadores: corpos
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