sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Distância nº 1
Caí no sumidouro de meu espelho de beleza
e vi que lá meu mundo é ermo, meu nome é outro...
ninguém visitou meu corpo, não me reconheceram
e quem se dissera amigo ficou do outro lado.
Caí no sumidouro de meu espelho de beleza
e deixei a luz me cortar, a escuridão me tocar...
fizeram festa sem mim, foram a rua comemorar
até que o dia acabasse sem deixar vestígio.
Caí no sumidouro de meu espelho de beleza
e ouvi que me julgaram cego, me deram por louco...
foram ao lago para nadar, afogaram meu nome lá
e não houve quem lembrasse que um dia amei.
Deixaram minha face embaçar, meu dedos deformarem
e todo tipo de encanto que parecia ter existido
mostrou-se azar por sete anos vezes sete anos,
em toda vida que se espelhou onde eu já me observei.
Agora vê: não posso quebrar o portal que me prendeu,
que a lua deste lado é, do outro, um dia ensolarado.
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Autor: Poesia às 8/01/2014
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