quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Perversão amorosa




Porque o amor não
é lembrança - é instância
quando
o amor não
é informação,
mas acontecimento;

o amor nunca foi doença
porque é importante
ser febril
e nunca foi prisão
- pois ata em reunião -

ainda que em terno e gravata
folga com a verdade
mas tampouco foi santo
visto ser humano
e imediato -

rasgou fotografias
falou palavrões
entortou-se nos dias
juntou-se aos garfos
e procurou nas gavetas
o que o segredo reunia.

Então, como um bibliotecário
te convidei
para dançar
você subiu ao meu altar
e eu caí do céu
até que vi
que o que houve foi
a confissão do mistério humano,
a leitura das expressões.
.
.
.

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