terça-feira, 16 de setembro de 2008

Representação do amor na idade da pedra esculpida



Lasco pedra
e parto ao meio
o cio que veio
e agora espera
do amor o casco.

Tasco pedra
no vazio do prato
e dou a comida
mais cabo que rabo
lambendo os cascos.

Masco os fumos
das fêmeas
na língua do frêmito
que evapora no calor
das horas gozosas.

No cume do molde
me vejo em névoa
na ponta da pedra:
escultura ou só barro
quente em orgasmo?

Findo e fundo o afã,
não há respostas
por quê acamados
da fúria até a calma
amantes, cio e pele.
.
.
.

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