Menina da torre,
de madeira e de som,
eu venho de sinos
bater a tua dança
e conhecer de que sina
- se leve ou se densa -
ainda parte o desejo
e onde aporta o ensejo
desta minha poesia:
não a poesia que
se reconhece em versos,
mas num momento fictício
a que se torna vício,
quando desce da torre
e se deixa mover
de estátua para minha
e não olha para trás
e não cega ao que vem:
você - a de madeira e som
você - com seus sinos e suas danças
e me reconhece - sua sina
e me reconhece - em vinda
e me reconhece - na batida
à porta, de leve
à parte, denso
unidos tanto
na torre do céu,
tanto na terra do sal.
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terça-feira, 4 de outubro de 2011
Fantasia
Autor: Poesia às 10/04/2011 0 comentários
Marcadores: fantasia
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Enquanto isso, num jornal...
Pensei uma palavra
para preencher
o espaço duro e vazio:
veio-me a mente
como um tiro seco
e silencioso
a palavra
escopeta.
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Autor: Poesia às 8/30/2011 0 comentários
Marcadores: teoria furiosa
sábado, 20 de agosto de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Estrangeiro
É tão grande o mundo
quando o mundo mora ao lado,
quando ao lado fica um jardim,
se no jardim reconheço as flores,
se as flores não morrem comigo,
se comigo trago o mundo no peito.
Minha vida, tão boba e normal,
com meus livros no armário,
minha pasta de dente acabando,
nada conta, nada a declarar
e tudo, quando junto numa casa,
é só mais uma casa fora de sua terra.
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Autor: Poesia às 5/18/2011 1 comentários
Marcadores: distância
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Coda
o peso dos pássaros:
eu voo sol e chuva.
Minhas posses são
pensamentos espassos:
eu pouso sol e chuva.
E por haver incessante
esta vida basta:
eu vivo sol e chuva.
E por ser passante
tudo me é efêmero:
até mesmo o sol,
até mesmo a chuva.
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Autor: Poesia às 4/21/2011 0 comentários
Marcadores: corpos
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Contra remédios paliativos
Em caso de perda
de documentos, memória
dados ou fé
não adianta xarope
novalgina, padre ou polícia
porque a vida não
é lembrança, é instância
a vida não
é informação, mas acontecimento;
a vida nunca foi doença
porque é importante ser febril
e jamais será prisão
senão fogo nas matas,
tão pouco santa
visto ser humana e imediata
com tudo o que vier
agora sem dados ou datas.
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Autor: Poesia às 4/18/2011 0 comentários
Marcadores: teoria furiosa