Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você
Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você
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segunda-feira, 28 de abril de 2008
Eu não existo sem você (Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
Autor: Isaias Zuza Junior às 4/28/2008 0 comentários
Marcadores: poesia alheia
terça-feira, 22 de abril de 2008
O amor naufragado
Quando eu pensei saber tudo sobre Deus,
que os mortos não voltavam
e o passado era uma estátua de sal
para não ser contemplada
eis que o mar invade minha jangada
numa torrente de águas rebeldes,
em tempestade de repente.
Não havia sereias em alto mar,
não passavam navios para me salvar
nem qualquer baleia para me engolir
e eu ficar aquecido em seu ventre.
Percebi que muita gente estava
no fundo do oceano a me chamar
pelo nome, com suas vidas em minha vida
porque seus destinos foram como
o meu - de abandonar a ilha e saber
que no fim todos estamos submersos.
Então eu pensei ter visto uma pessoa
entre os fantasmas de sorrisos amarelos,
com seus olhos fechados, suas sombras vazias.
Por onde andava não sei
o que dizia não pude ouvir
nem destingüi o tamanho de seu rosto
pelo que havia restado na memória,
pelo que insistia permanecer
de seus olhos mirando os meus
e seu silêncio calando meus lábios.
Quem era a pessoa de cabelos longos
no desenho da multidão
figurando como retrato
deixando largo um sorriso
em meio a morte, ao longo da vida...
Seus rastros eram os mesmos
de muita gente que me seguia
nos meus passos
e isto me confundia e me chamava
para perto da rua onde se davam
os fatos, as pessoas e seus amores
que era pouca a explicação
do que ali fazia aquele corpo
com um seus modos diferentes
do que um dia eu conhecera.
Tinha na face uma força
diferente e parecia ter
perdido seus mistérios e sua flama,
restava somente uma luz, um desenho
contorno de alguém que eu acho
que um dia existiu
num livro lido
numa peça de teatro, conto universal.
Para o fim da tempestade restou
meu corpo naufragado com saudades,
meu suor misturado ao cansaço das ondas,
meu fim justificado no meio do mar,
uma calma de quem não podia lutar,
a certeza que por mãos de Caronte
vinha o que os homens negavam
e Deus julgava ser um instante
e uma passagem para uma vida secreta
àqueles que se perdem na terra dos viventes.
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Autor: Isaias Zuza Junior às 4/22/2008 1 comentários
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